quinta-feira, 24 de julho de 2014

O Brasil perdeu Rubem Alves

No último Sábado, dia 26 de Julho o Brasil ficou órfão de seu maior educador : Rubem Alves

A todos os seus admiradores peço que continuem a levar as idéias do grande pensador para que cada vez mais pessoas terem acesso à escola e o mundo com que ele sempre sonhou.

Ele foi e sempre será a minha maior inspiração.

O Pensamento Pedagógico de Rubem Alves -continuação



Qualidade em educação é o quanto ela nos traz alegria e felicidade.

A capacidade de sentir prazer não é um dom natural. Precisa ser aprendida. Tudo o que se aprende, que se sabe e que se faz tem por objetivo a felicidade e o prazer. Controle de qualidade é controle de prazer. Gestão de qualidade é gestão de prazer. Qualidade total é prazer total.
Devemos ter cuidado de não tirarmos a conclusão de que sua visão educacional é hedonista e descomprometida. É claro que defende que a escola ofereça a ciência e a técnica em seu currículo, porém o que não aceita é que isto se torne um fim em si mesmo.

Claro que é preciso que as crianças vão a escola e aprendam a lidar com as panelas e os fogos, que aprendam matemática, física, química, biologia e tudo o mais.
É preciso que se tornem hábeis no manuseio de objetos úteis. A técnica, as ciências e a matemática são os livros de receita e os utensílios na cozinha da vida. Eles nos fornecem meios para viver.
Mas basta olhar para essas coisas para perceber que elas existem para uma outra coisa, da mesma forma como as panelas e o fogo existem para o prazer da comida. O saber e o poder só se justificam como panelas onde se prepara a alegria de viver. (IBDEM, p.123)

Conclui a sua reflexão sobre qualidade em educação afirmando que se ela não for meio para a felicidade é como "panela importada que faz angu encaroçado".
Nesse caso é melhor parar com este tipo de controle de qualidade. Faz-se necessário desenvolver, antes, a capacidade de sentir prazer. Mas para que isso ocorra, o filósofo reconhece que as escolas devem ser diferentes assim como a cabeça dos professores e dos pais. A escola deve oferecer menos saber e mais sabor.
Da mesma forma como critica o modismo da Qualidade Total em educação, empreende uma crítica contundente aos instrumentos de avaliação propostos pelo MEC.
Reconhece que a educação, na medida em que lida com a vida das pessoas e do país, merece ser rigorosamente avaliada. O problema é que se trata de uma área em que os testes são difíceis.
Avaliações como o Vestibular e o PROVÃO quase nada significam. Não têm a menor garantia de que a qualidade medida por critérios acadêmicos numéricos consiga passar nos testes da vida real. A excelência escolar não pode ser tomada como índice para avaliar o desempenho na vida.
Usando sua habitual criatividade, Rubem Alves imagina uma situação em que se propusesse aos alunos um "EXAMÃO" inspirado no PROVÃO. Seria um exame gigantesco a ser realizado no período de um mês. Neste exame entrariam todos os conteúdos oferecidos no currículo pelo qual o aluno passou. Tudo estaria incluído no "EXAMÃO".
As provas não seriam identificadas pois não seriam os alunos que seriam avaliados e sim o sistema educacional a que foram submetidos.
Enfim, quem estaria sob julgamento seria a

[...] máquina gigantesca, milhares de professores, milhões de alunos, milhões de prédios, toneladas de material escolar, milhares de horas-aula, milhares de informações, milhares de avaliações, um tempo de vida que não pode ser computado, além do sofrimento de filhos e pais, e a quantia de dinheiro incalculável.
O objetivo declarado dessa máquina é passar para os alunos o conhecimento definido pelos currículos. A relação matemática entre (1) a soma de conhecimentos supostamente dados e (2) o conhecimento que ficou incorporado no aluno define a qualidade da máquina. (ALVES, 2002-A, p.171)

Tragicamente, na melhor das hipóteses, o resultado atestaria que pouquíssimos daqueles conhecimentos supostamente veiculados teriam sido incorporados. E já que se trata de uma visão mecanicista, o autor pergunta: que máquina seria aprovada com 5% de rendimento?

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Divulgação de Palestra - Filosofia contemporanea



O Pensamento de HENRI BERGSON
Intuição e Evolução Criadora

Curso Filosofia Contemporânea

 Palestra Gratuita(com certificado) aberta ao público em geral oferecida pelo Laboratório do Imaginário Social e Educação - LISE e ministrado pelo Professor Doutor Reuber Gerbassi Scofano da Faculdade de Educação da UFRJ.

Dia:  13 de Agosto de 2014 (quarta-feira) às 18:30 h
Local:  Faculdade de Educação da UFRJ 
Sala 220 - Campus Praia Vermelha - Avenida Pasteur, 250